terça-feira, 22 de julho de 2014

Desentendimentos.


Todos olham para o céu. Era impossível ignorar o mensageiro da morte que se avizinhava. Um míssil fazia um arco aberto, deixando atrás de si um rastro de fumaça esbranquiçada. O silvo agigantava seu assobio de iminente catástrofe. Ninguém corria. Era chegada a hora e os habitantes da maior cidade do mundo sabiam que era inútil desesperar-se. Simplesmente acompanharam a trajetória até a colisão. Os que estavam longe do epicentro depararam-se com um baque surdo seguido de uma enorme redoma clara que alargava vertiginosamente seu diâmetro, consumindo tudo ao seu redor. Milhares desintegraram-se. Milhares transformaram-se em deformidades e ao restante só restava chorar.

As notícias televisionadas trazem anseios. O medo da morte prolifera-se e muitos, fracos de espírito, cessam a vida. Quem ainda vê um futuro, procura um meio de salvar-se. Os que anteviram a hecatombe, abrigam-se. Os causadores, acovardam-se e se escondem.


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